O que se deve fazer para ser santo na vida cotidiana?
VATICANO, 21 Jun. 17 / 09:40 am (ACI).- Durante a Audiência Geral na Praça de São Pedro, no Vaticano, o Papa Francisco explicou que para ser santos “não significa rezar o dia todo” e assegurou que o que se deve fazer é “cumprir os deveres com o coração aberto a Deus”.
“Pensamos que é uma coisa difícil, que é mais fácil ser delinquente do que santo. Não. É possível ser santos porque o Senhor nos ajuda. É Ele quem nos ajuda”.
Em uma nova catequese centrada na esperança, o Santo Padre refletiu sobre os santos, “testemunhos e companheiros da esperança”. Recordou como, “no dia do nosso Batismo, ressoou para nós a invocação dos santos. Muitos de nós, naquele momento, éramos crianças, levados nos braços por nossos pais”.
Essa ocasião, sublinhou o Pontífice, “foi a primeira em que, durante a nossa vida, nos era presenteada essa companhia de irmãos e irmãs maiores – os santos – que passaram pela nossa mesma estrada, conheceram as nossas mesmas fadigas e vivem para sempre no abraço de Deus”.
Contudo, assinalou o Papa, “alguém de vocês poderia me perguntar: ‘Mas, Padre, pode-se ser santo na vida de todos os dias?’. ‘Sim, pode’. ‘Mas isso significa que devemos rezar todo o dia?’. ‘Não’. Isso significa que você deve cumprir os seus deveres durante todo o dia: rezar, ir ao trabalho, cuidar dos filhos… E fazer tudo com o coração aberto a Deus. Com essa vontade de que esse trabalho, também na doença, no sofrimento, na dificuldade, esteja aberto a Deus. E assim seremos santos”.
Francisco destacou que “os cristãos, no combate contra o mal, não se desesperam. O cristianismo cultiva uma incurável confiança. Não crê que as forças negativas e que dividem podem prevalecer. A última palavra sobre a história do homem não é o ódio, não é a morte, não é a guerra. Em todo momento da vida nos assiste a mão de Deus e também a discreta presença de todos os fiéis que nos precederam no sinal da fé”.
“A assistência deles nos diz antes de tudo que a vida cristã não é um ideal inatingível. E, ao mesmo tempo, nos conforta: não estamos sozinhos, a Igreja é feita de inúmeros irmãos, às vezes anônimos, que nos precederam e que, pela ação do Espírito Santo, estão envolvidos nos assuntos dos que ainda vivem aqui”.
O Bispo de Roma insistiu que a invocação dos santos durante o Batismo “não é a única invocação dos santos que marca o caminho da vida cristã”. E como exemplo, citou os sacramentos do matrimônio e do sacerdócio.
“Quando dois noivos consagram seu amor no sacramento do Matrimônio – afirmou –, invoca-se de novo para eles, desta vez como casal, a intercessão dos santos. E esta invocação é fonte de confiança para os dois jovens que partem para a viagem da vida conjugal”.
Em relação ao matrimônio, indicou que “quem ama verdadeiramente tem o desejo e a coragem de dizer ‘para sempre’” e, se não estão dispostos a dizer “para sempre”, “que não se casem! Ou para sempre, ou nada”. “Mas, sabem que têm necessidade da graça de Cristo e da ajuda dos santos”, disse. “Por isso, na liturgia nupcial invoca-se a presença dos santos”.
Sobre o sacramento do sacerdócio, lembrou que “também os sacerdotes preservam a recordação de uma invocação de santos pronunciada sobre eles. É um dos momentos mais tocantes da liturgia da ordenação. Os candidatos se prostram por terra, com o rosto em direção ao chão. E toda a assembleia, guiada pelo Bispo, invoca a intercessão dos santos”.
“Somos pó que aspira ao céu. Fracos em nossa força, mas potentes no mistério da graça que está presente na vida dos cristãos”, finalizou.
Fonte: Aci Digital – Por Miguel Pérez Pichel
Foto: Daniel Ibáñez / ACI Prensa – Papa Francisco chega à Praça de São Pedro.