Reflexão 5º Domingo Quaresma – Ano C – 2016

jesus

Estamos caminhando em nosso Tempo Quaresmal e nos preparando para celebrar a Páscoa. Assim como Jesus passou pela sua paixão e morte para chegar à ressurreição, nossa Igreja, todos os anos, nos leva a refletir sobre os acontecimentos na vida de Jesus e também termos um tempo para reflexão, penitência, intensificar nossa oração, para vivermos este tempo sofrido da vida de Nosso Senhor e também celebrarmos a Páscoa com muita intensidade. Somente quem vive bem a quaresma consegue celebrar bem a Páscoa.

Esta parte do livro de Isaías é o período em que estão no Exílio da Babilônia, tempo de lamentação e de promessas de Deus. Estão longe de sua Pátria e sofrem a ausência do Templo e de Deus. Mas Deus vem consolar seu povo: “Não relembreis coisas passadas, não olheis para fatos antigos. Eis que eu farei coisas novas, e que já estão surgindo: acaso não as reconheceis?”

Deus é consolador, olha para as dores de seus filhos e age como uma Mãe que esquece seus pecados e os acolhe com um amor ainda maior. Deus aconselha a deixar os pecados pra trás e viver algo novo que Ele está colocando em suas vidas. A Misericórdia é o rosto de Deus! Quem descobre esse Amor Misericordioso descobre a Felicidade e a Vida.

Veja Paulo: “Uma coisa, porém, eu faço: esquecendo o que fica para trás, eu me lanço para o que está na frente”. Assim deve ser nosso comportamento. Muitas vezes ficamos carregando fardos pesados de coisas que aconteceram há muito tempo e isto vai minando a nossa vida e, quando damos conta, nossa vida está amarga, sem sentido e ficamos infelizes, chatos, aparecem enfermidades, ficamos doentes e as coisas vão somatizando em nosso corpo. Tudo o que está de negativo em nossa alma o corpo sente a as doenças aparecem. E Jesus tem a solução!

Vemos no Evangelho os Fariseus pondo Jesus à prova apresentando uma mulher pega em adultério. Jesus nos dá uma lição – Não podemos julgar as pessoas pelos seus pecados – “Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra”. Muitas vezes, além de carregarmos os nossos fardos, queremos aumentar o fardo de nossos irmãos e nos colocamos não como advogados, pois este não pode dar sentença, mas como juiz e damos o veredito sem nenhum remorso.

Portanto, irmãos, temos duas situações dentro de nós. Os fardos que carregamos, frutos de nossos erros e situações mal resolvidas no passado, as quais não temos, muitas vezes, como resolver, pois não podemos voltar no tempo. E, esses fardos vão calcando nossa vida ao ponto de nos sufocar, e muitas vezes perdemos o sentido da vida. Na maioria das vezes ficamos procurando “coisas” na vida que possam suprir esse vazio – Bebidas, festas, praia, bens, poder, sexo, drogas… Tudo isso é um “tapa olho” para não encararmos a nós mesmos e vermos que somos incapazes de sermos felizes com as nossas próprias forças.

Outro aspecto, que destrói nosso ser interior é nos posicionarmos como juiz, como corregedor, aquele que “tudo vê” e que coloca cada pessoa dentro de um quadrado conforme seu próprio conceito e julga, condena. Com isso, gera em si mesmo um mal que vai corroendo por dentro e aumentando a insatisfação da própria vida.

Nestes dois casos a solução é Jesus. “Eu também não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais”. Somente Jesus pode passear em todas as áreas de nossa vida e em todas as épocas que vivemos e reparar o que somos incapazes de fazer. Nossa atitude é de arrependimento e despojamento no Senhor. É em nossa humilhação, reconhecendo que necessitamos de seu amor misericordioso para que Ele tenha espaço de realizar uma nova vida em nossa vida.

Socorrei-nos, Ó Senhor!

Antonio ComDeus

 

 5º Domingo Quaresma

 

1ª Leitura – Is 43,16-21

Eis que eu farei coisas novas,
e as darei ao meu povo.

 

Salmo – Sl 125,1-2ab.2cd-3.4-5.6 (R. 3)

R. Maravilhas fez conosco o Senhor,
exultemos de alegria!

2ª Leitura – Fl 3,8-14

Por causa de Cristo eu perdi tudo,
tornando-me semelhante a ele na sua morte.

 

Evangelho – Jo 8,1-11

‘Quem dentre vós não tiver pecado, seja
o primeiro a atirar-lhe uma pedra’.