Reflexão 4º Domingo Quaresma – Ano C – 2016
A Sagrada Escritura não cansa de nos apresentar um Deus Misericordioso. Se cada um de nós fôssemos expressar em uma palavra quem é Deus certamente deveríamos dizer: MISERICÓRDIA. Vemos Deus caminhando com o povo no deserto e cobrindo em suas necessidades com Maná, codornizes, água das pedras, libertando, acolhendo e, principalmente, perdoando de todas as suas faltas. Quando chegam à terra de Canaã encontram uma terra que, mesmo árida, dá frutos que saciam a fome e proporciona crescimento a este povo. Certamente um Deus de Amor e Misericórdia.
Quando olhamos para Jesus, a plenitude da Revelação do Pai, estamos cercados de verdadeira misericórdia, “[quem] está em Cristo, é uma criatura nova”. Cristo faz nova todas as coisas. E “nos confiou o ministério da reconciliação”, isto é, deu à Igreja a capacidade de Perdoar e este foi o primeiro Dom que Jesus deu depois de Pentecostes – A Igreja tem o poder de Deus para manifestar Seu amor misericordioso na Reconciliação, nos Sacramentos e nas bênçãos. “Com efeito, em Cristo, Deus reconciliou o mundo consigo, não imputando aos homens as suas faltas e colocando em nós a palavra da reconciliação”. Que seria de nós sem o perdão de Deus? Como poderíamos ter certeza que Deus perdoou nossos pecados?
Jesus nos deixou, em sua Igreja, a certeza de seu perdão, caso contrário estaríamos, todos nós, perdidos por toda a eternidade. Os Apóstolos e hoje a Igreja, nos Bispos e Padres, têm o poder, porque Jesus deu à Sua Igreja este poder “colocando em nós a palavra da reconciliação”.
Estamos no ano da Misericórdia, nada melhor, então, que nos aprofundarmos neste amor e neste mergulho encontrar a libertação de todos os nossos pecados. Muitas vezes deixamos os pecados se acumularem e até esquecemos com o passar do tempo, mas estes ficam marcados em nossa alma e só poderão ser extirpados com a Graça do sacramento da reconciliação. Não vamos jogar o lixo de nossa vida “debaixo do tapete”, isto vai nos dar “um bom tombo”. Quem acumula lixo produz desastre. Olhemos para a Parábola do Pai Misericordioso: O filho mais novo pede sua herança. Nunca vemos alguém dar herança em vida, mas o Pai deu a seu filho, que em sua infantilidade exigiu sua herança e foi para o mundo. Afastou-se da casa do Pai e foi ser um verdadeiro joguete nas mãos do mundo, esbanjando sua riqueza a ponto de ir morar no chiqueiro. Isto me faz lembrar uma pessoa… Conheci um homem que tinha uma linda família, dois filhos que conseguiram se formar e tinham uma vida bem regrada. Mas este homem, pai desta família, se entregou à bebida e com ela foi estragando sua relação e desgastando-a nas brigas de família, até o ponto de sair de casa e andar pelas ruas, dormindo em qualquer lugar, chegou ao ponto de ter que morar num chiqueiro junto com os porcos. Exatamente com esta parábola. A última vez que o vi foi quando me contou sua história, diante de um prato de comida e nós dois sentados na varanda de minha casa. Ele num arrependimento profundo, mas, sem forças para reverter a situação, pouco tempo depois veio a falecer.
Mas jamais esqueçamos que o Amor Misericordioso do Pai vai muito além de nossos pecados e faltas! Não existem, para Deus, limites em sua misericórdia. O único pecado que Deus não pode perdoar é aquele que não foi arrependido. Deus respeita muito a nossa liberdade e não vai rompê-la, pois estaria contrariando a si próprio, e isto não é próprio de Deus.
Desçamos a escada do orgulho e do egoísmo e nos lancemos ao Amor Misericordioso de Deus. Somente assim encontraremos a felicidade!
Antonio ComDeus
4º Domingo Quaresma
1ª Leitura – Js 5,9a.10-12
O povo de Deus celebra a Páscoa
depois de entrar na Terra Prometida.
Salmo – Sl 33,2-3.4-5.6-7 (R.9a)
R. Provai e vede quão suave é o Senhor!
2ª Leitura – 2Cor 5,17-21
Por Cristo, Deus nos reconciliou com ele mesmo.
Evangelho – Lc 15,1-3.11-32
Este teu irmão estava morto e tornou a viver.