Reflexão 2º Domingo Quaresma – Ano C – 2016

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Gostaria de iniciar esta reflexão com as palavras de Paulo: “Há muitos por aí que se comportam como inimigos da cruz de Cristo. O fim deles é a perdição, o deus deles é o estômago, a glória deles está no que é vergonhoso e só pensam nas coisas terrenas”. São palavras fortes que certamente atingem todos os que procuram viver uma vida voltada às coisas do mundo nos prazeres, na luxúria, na depravação, no comer e beber sem limites… a todos que vivem buscando o mundo e se esquecem de que a vida neste mundo é passageira e que depois virá uma eternidade.

Mas o que é eternidade? O que é uma vida sem fim? Como eu vou pensar numa eternidade que nem sei se existe e deixar este mundo que estou apalpando com todo meu ser? Tudo isso exige FÉ! A fé é o que nos impulsiona a experimentar estas novidades, mesmo sem vê-las. Portanto, se não há fé, será inútil pensar nestas coisas, mas se existe algum ponto de fé em seu coração já é o suficiente para meditarmos.

Quanto à eternidade. Um dia chegou um discípulo a seu mestre e perguntou o que era a eternidade, e assim explicou: “Imagine um bola de aço do tamanho do planeta terra, agora imagine um passarinho que, uma vez ao ano, vem a esta bola de aço e lhe dá uma bicada. Quando este passarinho conseguir acabar com essa bola de aço estará começando a eternidade”.

“Nós, porém, somos cidadãos do céu. De lá aguardamos o nosso Salvador, o Senhor, Jesus Cristo”. Não somos daqui, estamos aqui de passagem. Temos em nós uma capacidade de transcender as coisas materiais e nos mergulharmos no plano espiritual, pois temos uma alma espiritual. E o nosso Deus – o Todo Poderoso – se manifestou na história com prodígios que só cabe a Deus realizar e nos mostrou sua face, sua Palavra e culminou em Jesus, que viveu em nosso meio como um de nós e realizou maravilhas para que tivéssemos plena convicção de quem Ele era.

Deus falou com Abraão e fez aliança de vida e comunhão e sustentou isso por todo o Antigo Testamento. Em Jesus, o Pai se revelou e por duas vezes falou aos homens com voz de homem: “Este é o meu Filho, o Escolhido. Escutai o que ele diz!”. Na primeira vez no Jordão disse apenas: “Eis o meu filho muito amado em quem ponho minha afeição”. (Mt ,17). Mas agora dá-nos uma ordem: “Escutai o que Ele diz”. Jesus é a Palavra do Pai! É Ele que irá dizer, de agora em diante, tudo o que o Pai deseja. Ouvir Jesus é ouvir o Pai, não que sejam as mesmas pessoas, mas que é um só Deus. Nestas duas manifestações temos uma Teofania – manifestação – da Trindade. Nossa fé está apoiada na revelação e a base da fé é a Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo, três pessoas em um só Deus, sendo cada uma delas um Deus por inteiro.

Neste episódio da Transfiguração observamos algumas revelações. A Trindade, Pai Filho e Espírito Santo; Jesus manifestando sua glória aos Apóstolos, glória divina, não é apenas uma aparição e sim uma revelação de sua divindade; Vemos a pessoa de Moisés e Elias, sendo um o homem da lei e o outro o homem do fogo (o maior dos profetas), e neste sentido os dois entregando a Jesus todo o Antigo Testamento com suas promessas e alianças, agora Jesus é o soberano em tudo aquilo que o Pai deseja; E certamente a voz do Pai que diz quem é o filho e qual é o seu papel neste mundo.

Diante de tudo isso qual é a nossa posição? Iremos conduzir a nossa vida como “inimigos da cruz de Cristo”? Pois bem, temos à nossa frente o período quaresmal, no qual podemos mergulhar na vida de oração, penitência e esmola, buscando fazer uma boa confissão com direção espiritual para nos aproximarmos da graça que está ao nosso alcance. Afinal, Deus é misericordioso para nos alcançar com seu amor e nos resgatar de todo pecado.

Santa quaresma a todos nós.

Antonio ComDeus

 

2º Domingo Quaresma

 

1ª Leitura – Gn 15,5-12 17-18

Deus fez Aliança com Abraão homem de fé.

 

Salmo – Sl 26,1.7-8.9abc.13.14 (R. 1a)

R. O Senhor é minha luz e salvação.

 

2ª Leitura – Fl 3,17-4,1

Cristo transformará o nosso corpo e o

tornará semelhante ao seu corpo glorioso.

 

Evangelho – Lc 9,28b-36

Enquanto Jesus rezava, seu rosto mudou de aparência.