Reflexão 5º Domingo Tempo Comum – Ano C – 2016

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Estamos diante da experiência de Deus, pelas quais passam os escolhidos para a missão e ao mesmo tempo a admiração, o espanto pelo qual passam aqueles que se aproximam do Senhor. Vemos o profeta Isaías que, diante de uma visão, contempla a glória de Deus e vê, ouve as aclamações dos Anjos: “Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos; toda a terra está repleta de sua glória”. E neste torpor de uma profunda experiência, o Profeta treme e se depara com sua ínfima condição, e sente a aniquilação de si por ter visto tal glória. A mesma coisa sente Pedro ao ver tão grande milagre e com isso percebe que Jesus é um Santo de Deus e diz: “Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pecador!”. É que o espanto se apoderara de Simão e de todos os seus companheiros. Assim vemos, em toda Sagrada Escritura, que todo aquele que se aproxima de Deus sente um aniquilamento.

Podemos fazer uma reflexão pessoal: Quando foi, em nossa caminhada de fé, que sentimos um aniquilamento, torpor, medo, um nada, diante da grandeza de Deus?

“É pela graça de Deus que eu sou o que sou”. Assim diz Paulo, porque na verdade tudo é obra de Deus. É Ele que realiza em nós o “querer e o executar” (Fl 2,13), é Ele que faz o santo, é Ele que realiza em cada um de seus filhos tudo o que é de sua vontade. A única coisa que podemos fazer é dizer sim ou não… Se for não, sua ação para, e Deus segue por outro caminho, mas aquilo que Ele quer realizar sempre será realizado. Podemos participar livremente ou perder a graça da participação na glória.

Isaías questiona Deus: “Sou um homem de lábios impuros”. Reconhece sua pequenez e seus pecados, Deus o purifica, perdoa seus pecados e solicita sua participação ao qual o Profeta responde: “Eu respondi: ‘Aqui estou! Envia-me”. Pedro reconhece ser pecador, se humilha diante de tão grande poder: “atirou-se aos pés de Jesus, dizendo: ‘Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pecador! ’”. Na humilhação de Pedro o Senhor lhe chama para a missão e ele está pronto e segue a Jesus. Vemos também Paulo, que passou por uma grande experiência e se colocou a serviço de Cristo no anúncio do Evangelho, indo contra tudo e contra todos os que lhe opunham.

Mas o que vemos nestes homens? O que os faz tão imperativos no serviço de Deus? Certamente foi a grandeza da experiência que tiveram! Aqui está nossa busca cotidiana, a experiência de Deus, pois somente quando tivermos esta experiência teremos a disposição de servir até a morte, se for necessário. Do contrário, seremos cristãos mornos que querem acender “uma vela para Deus e outra para o diabo”. Quer as coisas do Céu, mas sem renunciar as coisas da terra. Quer ganhar o Céu com as armas da terra. Queremos viver uma vida de fartura, sem problemas, cheia de prazeres, individualista, egoísta, olhando para nossos interesses, buscando tirar vantagens em tudo o que está a nossa volta e ainda nos titulamos – CRISTÃOS.

Jesus quer que tenhamos uma experiência pessoal com Ele, reconheçamos nossa indignidade, nos humilhemos para que Ele possa nos chamar e enviar às águas mais profundas. Este envio é sair de si, renunciar a tudo e se colocar somente a serviço do Senhor no anúncio da Palavra, no serviço aos irmãos.

Felizes daqueles que experimentam Deus, é como “… Um tesouro escondido num campo. Um homem o encontra, mas o esconde de novo. E, cheio de alegria, vai, vende tudo o que tem para comprar aquele campo”. (Mt 13, 44). O quanto estamos dispostos a dar para ter este campo?

“É tudo ou nada”!

Antonio ComDeus

 

5º DOMINGO Tempo Comum 

 

1ª Leitura – Is 6,1-2a.3-8

Aqui estou, envia-me.

 

Salmo – Sl 137,1-2a.2bc.4-5.7c-8 (R. 1c.2a)

R.Vou cantar-vos, ante os anjos, ó Senhor,

e ante o vosso templo vou prostrar-me.

 

2ª Leitura – Cor 15,1-11

É isso o que temos pregado e é isso o que crestes.

 

Evangelho – Lc 5,1-11

Deixaram tudo e O seguiram.