Reflexão 18º Domingo Tempo Comum – 2014

altQue pão podemos dar?

Certamente que nossa reflexão poderia iniciar com o pano central do Evangelho, mas gostaria de iniciar com o primeiro verso: Quando soube da morte de João Batista, Jesus partiu e foi de barco para um lugar deserto e afastado”. Muito importante. Quando um amigo ou um parente próximo, em que cercamos de muito amor, parte deste mundo, não queremos outra coisa a não ser ficar só e ruminar um amor que não está mais sendo comungado nesta vida. Assim fez Jesus na morte de seu amigo e primo – João “o Batista”– Mas a missão não para. O povo sedento de Deus corre ao encontro do Senhor e nem o deixa curtir a falta de seu amigo. Jesus se coloca a serviço e cura a todos.

De um lado vemos a sede do povo que não se importa aonde vão, mas querem somente estar com o Mestre (não tinham provisão e estavam em um lugar deserto). Esse abandono está em falta no “mercado” Cristão. Se observarmos os Cristãos a maior luta é de ter segurança e se buscam ao Senhor é pelo bem que Ele os pode favorecer.

É muito triste vermos a falta de fé, falta de temor em nossa sociedade e principalmente dos Cristãos que dão a Deus o que sobra de seu tempo e que muitas vezes nem representa uma hora por semana. É triste certificarmos que Deus está “em baixa” e que se vamos até Ele é para que solucione alguns problemas que está nos tirando à tranquilidade. Por que não procuramos a PAZ e sim a ausência de problemas e que na verdade nem nos importamos com sua solução, mas sim em ficar livre deles.

É triste ver um Deus apaixonado com um amor não correspondido: “A vós todos que estais com sede, vinde às águas; vós que não tendes dinheiro, apressai-vos,vinde e comei, vinde comprar sem dinheiro, tomar vinho e leite, sem nenhuma paga”. Nosso Deus não se importa em nos favorecer em tudo o que necessitamos o que Ele quer é que sejamos seus amigos: “Inclinai vosso ouvido e vinde a mim, ouvi e tereis vida”. Ele não pede muito, mas estamos ocupados em correr atrás dos bens deste mundo e queremos construir coisas, ter bens, formar uma conta bancária muito boa para ter “tranquilidade”, e nos colocamos aos pés do Senhor para ter mais e ser mais folgados em nossas posses. “Coisa horrível”. Somos os mais dignos de pena. Como podemos falar o que nos apresenta na segunda leitura? Onde vamos encontrar espaço em nossas ambições para dizer: “Quem nos separará do amor de Cristo? Tribulação? Angústia? Perseguição? Fome? Nudez? Perigo? Espada?”. Estamos dispostos a morrer por causa do Evangelho? Somos capazes de nos atirarmos na pregação do Evangelho nos lugares mais perigosos de nossa sociedade levando a Palavra para salvar aquelas vidas que estão entregues nas mãos de Satanás? Somos capazes de dizer não quando vamos “ganhar” muito dinheiro em negócios escusos? Onde estão nossos testemunhos de Cristãos? Nossa sociedade está um caos por falta de Cristãos autênticos que sendo amigos de Deus implantam o Reino com seus atos.

“Nada será capaz de nos separar do amor de Deus por nós”. Será? Vejo muita hipocrisia, muitos são crianças diante de Deus e ficam bebendo leite–A vós, irmãos, não vos pude falar como à homens espirituais, mas como a carnais, como a criancinhas em Cristo.Eu vos dei leite a beber, e não alimento sólido que ainda não podíeis suportar. Nem ainda agora o podeis, porque ainda sois carnais”.(1Cor 3, 1-2). Aqui está o problema – somos muito carnais – envolvido com as coisas do mundo mais que de Deus, precisamos caminhar no Espírito Santo e ter uma vida no Espírito e sendo conduzidos por Ele para nos formarmos como “amigos” de Deus.

Não vai descer Anjos para fazer o que nos compete e é de nossa responsabilidade transformar o mundo em Reino de Deus. Jesus viu uma grande multidão. Encheu-se de compaixão por eles”. Sim isso nos falta: “Compaixão”. Isto é ter amor de salvação para aqueles que estão à beira do Inferno. E vejamos bem Jesus está disposto a fazer qualquer coisa para que seus filhos se salvem, mas esta salvação passa necessariamente por você, sim por você. Por que Deus determinou que a salvação chegasse até ao outro através do anúncio feito pelos seus filhos. Esse é seu plano de amor. Por isso a Palavra de Jesus: “Dai-lhes vós mesmos de comer!”.

Sejamos filhos, amigos e responsáveis pela transformação de nossa sociedade, mais que de pão nosso povo precisa de milagres de amor. No milagre de Jesus o pão é símbolo de seu amor que estava preocupado com o bem estar daquele povo que não se preocupou com nada a não ser estar com Ele.

Façamos multiplicações de pão de amor ao próximo.

Antonio ComDeus


18º DOMINGO Tempo Comum 

  

1ª Leitura – Is 55,1-3

Apressai-vos, e comei!

 

Salmo – Sl 144,8-9.15-16.17-18 (R.cf.16)

R. Vós abrís a vossa mão e saciais os vossos filhos.

2ª Leitura – Rm 8,35.37-39

Nenhuma criatura poderá nos separar do amor de Deus manifestado em Cristo.

 

Evangelho – Mt 14,13-21

Todos comeram e ficaram satisfeitos.