6º Domingo da Páscoa

altNeste Tempo Pascal, refletimos sobre os Atos dos Apóstolos na Igreja nascente e hoje vemos o papel do Diácono Filipe que é enviado pelo Espírito a sair a evangelizar pelos povoados das redondezas da Palestina. Interessante percebermos que Filipe prega a Palavra de Deus leva as pessoas a uma conversão ao ponto de desejarem o Batismo, mas sua pregação ainda não está completa, pois não acontece um derramamento do Espírito como em Pentecostes somente com a chegada de Pedro e João que percebem o ocorrido e ministra aos convertidos à efusão do Espírito Santo. Bem! Dai, temos que perceber, que uma coisa é receber o Sacramento do Batismo e outra é receber a efusão do Espírito. Certamente que neste ocorrido a Igreja vê (também) o fundamento para o Sacramento da Crisma, mas observamos que houve um derramamento como no dia de Pentecostes, assim percebemos que mesmo para os já crismados ainda falta esta efusão. Cabe a nós na Igreja proporcionarmos isto aos Batizados. 

Certamente que a manifestação desta efusão é o comprometimento da pessoa na Igreja, na evangelização, na vida de oração pessoal e na iniciativa de acolher e ajudar de forma serviçal aos pobres. Então devemos sempre pedir uma nova efusão do Espírito Santo em nossa vida, que esta seja diária.

Somente com a ação do Espírito Santo poderemos seguir a palavra do Apóstolo: “Santificai em vossos corações o Senhor Jesus Cristo,e estai sempre prontos a dar razão da vossa esperança a todo aquele que vo-la pedir”. Só poderemos ter plenamente o Cristo em nossas vidas se o Espírito Santo manifestar Ele em nós. Tudo é ação do Espírito Santo. Ele é o operador da Santíssima Trindade, é Ele que opera tudo em todos (1Cor 12, 6).

A Pessoa do Espírito Santo foi nos apresentado por Jesus, é Ele que o revela e nos mostra suas propriedades, a forma com que irá se manifestar e sua missão de nos santificar. Das Pessoas da Trindade o Espírito foi o último a ser revelado, mas foi o primeiro a ser manifestado. Em Gênesis vemos que: Espírito de Deus pairava sobre as águas”. (Gn1, 2).E em outras passagens do Antigo Testamento vemos sua manifestação e também a promessa de Deus que um dia Ele viria e faria de nós o povo de Deus – “Dentro de vós meterei meu espírito, fazendo com que obedeçais às minhas leis e sigais e observeis os meus preceitos”. (Ez 39, 27). Portanto somente podemos crer e seguir os passos de Jesus se formos conduzidos pelo Espírito Santo. Por isso que neste Evangelho Jesus promete o envio do novo Paráclito o novo consolador. Certamente Jesus promete um “outro” por que Ele é o primeiro Paráclito e Consolador. O termo Paráclito é o mesmo que advogado. Este termo para nós é um pouco diferente que na época de Jesus. O Paráclito era uma pessoa conhecida na sociedade e digna de respeito que durante um julgamento entrava e se colocava ao lado do réu e isto era o suficiente para este ser absolvido, pois com sua presença o advogado de acusação perdia o poder de suas argumentações enquanto o advogado de defesa ganhava impulso para levar o réu a liberdade. Assim é a Pessoa do Espírito em nossa vida, Ele se coloca ao nosso lado ao ponto que nada de mal possa nos atingir. Mas Ele também é Consolador, pois vem em “socorro de nossa fraqueza” (Rm 8, 26) e nos dá força, nos ensina todas as coisas, nos faz testemunhas, nos convence a respeito do pecado, nos recorda as coisas de Deus, e ficará conosco por toda eternidade.

A Pessoa do Espírito Santo é o mestre de nossas almas, é Ele que nos conduz no caminho da santidade e na missão de implantarmos o Reino, mas somos mal educados e não sabemos ouvir o que o Espírito nos diz, temos muita dificuldade de prestarmos atenção a Ele. Assim é fundamental em nossas vidas um exercício constante para aprendermos a conviver e assimilar sua manifestação. Necessitamos de “docilidade” ao Espírito, isto mesmo, precisamos ser dóceis, carinhosos, atentos, precisamos refletir, meditar, tirar um tempo por dia para ficarmos na intimidade com Ele. Somente assim poderemos aprender o caminho do Céu. Jesus é o caminho e certamente é nosso Salvador, mas é o Espírito Santo que nos coloca no caminho e nos sustenta a permanecer n’Ele. Se me amais, guardareis os meus mandamentos, e eu rogarei ao Pai, e ele vos dará um outro Defensor, para que permaneça sempre convosco: o Espírito da Verdade…”.

 

Antonio ComDeus

 

Vinde Espírito Criador

 

Vinde Espírito Criador,

Visitai as almas vossas,

Enchei da graça do alto,

Os corações que criastes.

 

Sois chamado Consolador,

O dom de Deus Altíssimo,

Fonte viva, fogo, caridade,

E unção espiritual.


Sois formado de sete dons,

 

O dedo da direita de Deus,

Solene promessa do Pai,

Que inspira as palavras.

Iluminai os sentidos,

Infundi o amor nos corações,

Fortalecei nossos corpos,

Virtude firmai para sempre.

 

Afastai o inimigo,

Dai-nos a paz sem demora;

E assim guiados por Vós,

Evitaremos todo o mal.

 

Fazei-nos conhecer o Pai,

E revelai-nos o Filho;

Para acreditar sempre em Vós, Espírito

Que de ambos procedeis.

 

Glória seja dada ao Pai,

E ao Filho que da morte

Ressuscitou, ao Espírito Paráclito

Pelos séculos dos séculos.

 

Amém

 

6º Domingo da Páscoa 

  

1ª Leitura – At 8,5-8.14-17

Impuseram-lhes as mãos, e eles receberam o Espírito Santo.

 

Salmo – Sl 65,1-3a.4-5.6-7a.16.20 (R.1.2a)

R. Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, cantai salmos a seu nome glorioso!

 

2ª Leitura – 1Pd 3,15-18

Sofreu a morte na sua existência humana, mas recebeu nova vida pelo Espírito.

 

Evangelho – Jo 14,15-21

Eu rogarei ao Pai e ele vos dará outro Defensor.