1º Domingo Quaresma
Estamos no inicio da Quaresma, tempo de reflexão e penitência. Este tempo proposto pela Igreja, que é detentora de todas as graças conquistadas por Cristo na Cruz, é o tempo de buscarmos, com mais intensidade, a conversão de nossa vida na busca da santidade e recebermos da Igreja as bênçãos de Deus para fortalecer nossa caminhada rumo à casa do Pai. Devemos determinar, neste inicio de Quaresma, as penitências que devemos realizar, Não nos deixemos levar pela presunção achando que isso é coisa do passado ou que Deus não requer isso de nós ou que não temos pecados para tal exercício de fé. Muitas vezes isso é armadilha do próprio inimigo que não quer que vejamos a grandeza dos nossos pecados. Agarre ao Espírito Santo em suas orações e peça a Ele que mostre seus pecados. Mas se prepare para não se assustar com eles. Peça, ao Espírito Santo para conhecer seus pecados, mas peça também a misericórdia para suportar a dor dos pecados. Assim estaremos vivendo a quaresma em comunhão com a Paixão do Senhor, afinal Ele deu a vida por nossos pecados.
Na primeira leitura vemos o episódio do pecado de nossos primeiros pais. Acompanhemos. Deus cria o ser humano com duas naturezas – Matéria e Espírito (Alma) – formando a pessoa humana em uma dualidade de naturezas. Cria um jardim que representa toda a capacidade humana de ser e de se desenvolver como pessoa. Neste jardim existem muitas árvores, estas representam todo o tipo de conhecimento que o ser humano possa adquirir: Ciência, Filosofia, Medicina, Física, Engenharia… Enfim todo tipo de conhecimento que o homem pode alcançar, mas no meio do jardim existem duas árvores – a do conhecimento da ciência do bem e do mal e a árvore da vida – que Deus não privou o homem de saber sobre essas ciências, mas os advertiu de não “comer” deste tipo de conhecimento. Assim o homem estava em comunhão com Deus e em obediência não tocava nestas árvores. Mas o Tentador, o Demônio, inimigo de Deus vem e instiga o homem a desobedecer a Deus dizendo que Deus tinha medo de que eles se tornassem Deus ao saborear deste fruto (conhecimento). Assim observamos que o pecado entra na pessoa humana de fora para dentro e contamina a obra de Deus. Desta forma vemos que o pecado não é intrínseco ao ser, mas este foi contaminado. Por isso que Jesus tira o pecado de todo àquele que o aceitar como Senhor de sua vida.
Paulo nos fala “Como a falta de um só acarretou condenação para todos os homens, assim o ato de justiça de um só trouxe, para todos os homens, a justificação que dá a vida”. Essa ação de Jesus é muito superior à ação de nossos primeiros pais, pois é Deus que se faz um de nós para retirar, á partir de dentro da natureza humana decaída, o pecado que foi colocado em nossa natureza pelo tentador. E em Cristo somos justificados, isto é de pecadores destinados à morte eterna com injustos e condenados, recebemos a justiça de Deus pelas mãos de Jesus que se fez condenado em nosso lugar para nos dar a vida eterna em comunhão com o Pai nosso criador.
E este Jesus, Deus que se fez um de nós assumindo nossa natureza humana, passou por todas as fazes da vida do homem, como nos fala São Paulo que Jesus assumiu em tudo a natureza humana exceto no pecado, desta forma sofreu na carne humana, como todo ser humano sofreria todas as consequências do pecado. Este episódio das tentações é para nos mostrar que em sua humanidade foi privado de privilégios divinos e sofreu como todos nós, a única diferença é que Jesus sendo homem era um homem perfeito. As tentações de Jesus se dá de três formas que são os três “Ps” – Poder, Possuir e Prazer. Que na verdade são os meios que todos nós somos tentados. Jesus quis sofrer em sua carne todos os tipos de pecado do mundo para que pudesse redimir a humanidade não de forma jurídica (com o poder Divino), mas de forma humana. Assim como por um só homem o pecado entrou no mundo, por um só homem o mundo foi redimido do pecado. Portanto todo aquele que aceitar Jesus como seu Salvador será salvo.
Aceite.
Antonio ComDeus
1º Domingo Quaresma
1ª Leitura – Gn 2,7-9; 3,1-7
Criação e pecado dos primeiros pais.
Salmo – Sl 50,3-4.5-6a.12-13.14.17 (R.Cf.3a)
R. Piedade, ó Senhor, tende piedade,
pois pecamos contra vós.
2ª Leitura – Rm 5,12-19
Onde o pecado abundou superabundou a graça.
Evangelho – Mt 4,1-11
Jesus jejuou durante quarenta dias e foi tentado.