Reflexão 4º Domingo Tempo Comum – C
Puxa! Se entendêssemos verdadeiramente o que Deus deseja de nós e o porquê Ele nos criou e para qual função Ele nos empenhou, seríamos os mais felizes do mundo. Somente os sábios ou aqueles que se dedicam a sabedoria podem perceber isso. Você, meu irmão e minha irmã, porque nasceu? Por qual motivo Deus te criou? Qual é o seu papel no mundo? Será que o que você faz na vida é realmente o que Deus queria que fizesse? Certamente são perguntas que somente na eternidade saberemos.
Mas não pense que a Palavra de Deus a Jeremias não cabe a você: “Antes de formar-te no ventre materno, eu te conheci; antes de saíres do seio de tua mãe, eu te consagrei e te fiz profeta das nações”. Sim a cada um de nós Deus tem um projeto, uma perspectiva em que, no caminho da vida, iremos nos santificar com a ajuda da Graça, iremos aperfeiçoar adquirindo perfeição na abstração de conhecimento das coisas que nos cerca e com isso implantar o Reino de Deus no mundo decaído pelo pecado.
Somos então companheiros de Deus, pois Ele nos chama de amigos: “Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu Pai”. (Jo 15, 15). Deus nos cria pelo Seu amor para que possamos participar de Sua glória e ser um com Ele. O Pecado desfigurou esta comunhão que Cristo recuperou com sua paixão, morte e ressurreição, agora cabe a nós movidos pelo Espírito Santo restabelecer em nós a semelhança desfigurada pelo pecado. Hoje temos tudo em nossas mãos: A graça; O Espírito Santo; A Salvação; A Comunhão com os Santos; A Vida Eterna; A Presença da Trindade inteirinha em nós. Só necessitamos de colocar nossa liberdade nas mãos do Senhor e permitir que Ele dirija nossa vida, nossas opções, com sabedoria e humildade. Necessitamos da Vida no Espírito. Sermos pessoas espirituais, olharmos o mundo com os olhos de Deus para isso temos que cultivar a vida de oração pessoal e ter a prioridade de Deus em nós antes de qualquer coisa.
Na segunda leitura São Paulo nos adverte que a caridade está acima de tudo, mas como conseguir a caridade? Como amar o inimigo? Como estar de bem com tudo o que acontece em nossa vida? Como aceitar as intempéries de nossa caminhada? Certamente no mundo não é que encontraremos tal solução. Buscamos a felicidade e nos adentramos no mundo do consumismo, ativismo, capitalismo, individualismo e o que encontramos é um prazer que passa e um buraco que cresce dentro de nosso interior onde nos vemos angustiados e muitas vezes a vida sem sentido e para muitos o desespero de ter que viver. Como seria bom se crescêssemos, mas não perdêssemos a criança inocente que um dia existiu em nós: “Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Quando me tornei adulto, rejeitei o que era próprio de criança”. Por que rejeitamos os valores de criança. Porque o pecado entrou em nossas vidas e nos levou a querermos ser deus com poder, com supremacia, com ambição, orgulho ao ponto de matar em nós o Espírito de Deus que nos queria conduzir a verdadeira felicidade?
É tempo de mudar, ainda dá tempo, o Senhor nos chama a conversão: “Aspirai aos dons mais elevados. Eu vou ainda mostrar-vos um caminho incomparavelmente superior”. Que caminho é esse? É o amor, a Caridade. Santo Agostinho nos fala: “Ame e faça o que quiseres”. Sim, quem está no amor, e amor é Deus, está completamente envolto pela Graça e verdadeiramente está conduzido pelo Espírito Santo. Façamos d’Ele o MESTRE DE NOSSA ALMA, o condutor de nosso caminho, o mediador de nossos obstáculos, o defensor de nossas tribulações. A Palavra nos fala que Ele é nosso advogado e nosso consolador. Advogado por que nos defende de todas as investidas do Mal e consolador por que nos dá a conhecer, na esperança, as alegrias do Céu.
“Agora nós vemos num espelho, confusamente, mas, então, veremos face a face. Agora, conheço apenas de modo imperfeito, mas, então, conhecerei como sou conhecido”. Mesmo que não perfeitamente, hoje, vemos a glória de Deus resplandecer em nossas vidas, mesmo não me conhecendo sei que Aquele que me conhece dirige a minha vida para que um dia eu reine com Ele em sua glória.
Ame, ame até morrer de amor…
Antonio ComDeus
——————————————–
1ª Leitura – Jr 1,4-5.17-19
Eu te consagrei e te fiz profeta das nações.
Leitura do Livro do Profeta Jeremias 1,4-5.17-19
Nos dias de Josias, rei de Judá,
4Foi-me dirigida a palavra do Senhor, dizendo:
5’Antes de formar-te no ventre materno, eu te conheci;
antes de saíres do seio de tua mãe,
eu te consagrei e te fiz profeta das nações’.
17Vamos, põe a roupa e o cinto,
levanta-te e comunica-lhes
tudo que eu te mandar dizer:
não tenhas medo,
senão, eu te farei tremer na presença deles.
18Com efeito, eu te transformarei hoje
numa cidade fortificada,
numa coluna de ferro,
num muro de bronze
contra todo o mundo,
frente aos reis de Judá e seus príncipes,
aos sacerdotes e ao povo da terra;
19eles farão guerra contra ti, mas não prevalecerão,
porque eu estou contigo
para defender-te’,
diz o Senhor.
Palavra do Senhor.
Salmo – Sl 70,1-2.3-4a.5-6ab.15ab.17 (R.15ab)
R.Minha boca anunciará todos os dias,
vossas graças incontáveis, ó Senhor.
1Eu procuro meu refúgio em vós, Senhor:*
que eu não seja envergonhado para sempre!
2Porque sois justo, defendei-me e libertai-me!*
Escutai a minha voz, vinde salvar-me! R.
3Sede uma rocha protetora para mim,*
um abrigo bem seguro que me salve!
Porque sois a minha força e meu amparo,
o meu refúgio, proteção e segurança!
4aLibertai-me, ó meu Deus, das mãos do ímpio. R.
5Porque sois, ó Senhor Deus, minha esperança,*
em vós confio desde a minha juventude!
6aSois meu apoio desde antes que eu nascesse,
6bdesde o seio maternal, o meu amparo. R.
15aMinha boca anunciará todos os dias*
15bvossa justiça e vossas graças incontáveis.
17Vós me ensinastes desde a minha juventude,*
e até hoje canto as vossas maravilhas. R.
2ª Leitura – 1Cor 12,31-13,13
Permanecem a fé, a esperança e a caridade.
Mas a maior delas é a caridade.
Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios 12,31-13,13
Irmãos:
31Aspirai aos dons mais elevados.
Eu vou ainda mostrar-vos um caminho
incomparavelmente superior.
13,1Se eu falasse todas as línguas,
as dos homens e as dos anjos,
mas não tivesse caridade,
eu seria como um bronze que soa
ou um címbalo que retine.
2Se eu tivesse o dom da profecia,
se conhecesse todos os mistérios e toda a ciência,
se tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas,
mas se não tivesse caridade,
eu não seria nada.
3Se eu gastasse todos os meus bens
para sustento dos pobres,
se entregasse o meu corpo às chamas,
mas não tivesse caridade,
isso de nada me serviria.
4A caridade é paciente, é benigna;
não é invejosa, não é vaidosa, não se ensoberbece;
5não faz nada de inconveniente, não é interesseira,
não se encoleriza, não guarda rancor;
6não se alegra com a iniqüidade,
mas se regozija com a verdade.
7Suporta tudo, crê tudo,
espera tudo, desculpa tudo.
8A caridade não acabará nunca.
As profecias desaparecerão,
as línguas cessarão,
a ciência desaparecerá.
9Com efeito, o nosso conhecimento é limitado
e a nossa profecia é imperfeita.
10Mas, quando vier o que é perfeito,
desaparecerá o que é imperfeito.
11Quando eu era criança, falava como criança,
pensava como criança, raciocinava como criança.
Quando me tornei adulto,
rejeitei o que era próprio de criança.
12Agora nós vemos num espelho, confusamente,
mas, então, veremos face a face.
Agora, conheço apenas de modo imperfeito,
mas, então, conhecerei como sou conhecido.
13Atualmente permanecem estas três coisas:
fé, esperança, caridade.
Mas a maior delas é a caridade.
Palavra do Senhor.
Evangelho – Lc 4,21-30
Jesus, assim como Elias e Eliseu, não é enviado só aos judeus.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 4,21-30
Naquele tempo:
Entrando Jesus na sinagoga disse:
21’Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura
que acabastes de ouvir.’
22Todos davam testemunho a seu respeito,
admirados com as palavras cheias de encanto
que saíam da sua boca.
E diziam: ‘Não é este o filho de José?’
23Jesus, porém, disse:
‘Sem dúvida, vós me repetireis o provérbio:
Médico, cura-te a ti mesmo.
Faze também aqui, em tua terra,
tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum.’
24E acrescentou:
‘Em verdade eu vos digo que nenhum profeta
é bem recebido em sua pátria.
25De fato, eu vos digo:
no tempo do profeta Elias,
quando não choveu durante três anos e seis meses
e houve grande fome em toda a região,
havia muitas viúvas em Israel.
26No entanto, a nenhuma delas foi enviado Elias,
senão a uma viúva que vivia em Sarepta, na Sidônia.
27E no tempo do profeta Eliseu,
havia muitos leprosos em Israel.
Contudo, nenhum deles foi curado,
mas sim Naamã, o sírio.’
28Quando ouviram estas palavras de Jesus,
todos na sinagoga ficaram furiosos.
29Levantaram-se e o expulsaram da cidade.
Levaram-no até ao alto do monte
sobre o qual a cidade estava construída,
com a intenção de lançá-lo no precipício.
30Jesus, porém, passando pelo meio deles,
continuou o seu caminho.
Palavra da Salvação.