Reflexão 2º Domingo do Tempo Comum ANO C
Iniciamos o Tempo Comum e com ele vamos passar pela vida pública de Jesus seus ensinamentos, milagres. O que deixou o povo, de um lado feliz com a manifestação das graças de Deus e de outro com a “pulga atrás da orelha” dos grandes daquele tempo.
Na primeira leitura vemos o profeta proclamar tempos de esperança, de comunhão, um tempo esponsal onde Deus renovará todo o povo. Este texto de Isaías é chamado de Terceiro Isaías, foi escrito depois do Exílio da Babilônia, o segundo Isaías foi escrito durante o período da Babilônia e o primeiro antes do exílio. Aqui no Terceiro o profeta traz palavras de ânimo motivando o povo na reconstrução e na aliança com Deus que fará tudo novo “Assim como o jovem desposa a donzela, assim teus filhos te desposam; e como a noiva é a alegria do noivo, assim também tu és a alegria de teu Deus”. O Deus das promessas está alegre em ter trazido o povo de volta e fará um tempo novo para a alegria dos escolhidos.
Este tempo certamente foi coroado com a vinda do Filho de Deus nosso Salvador e Redentor, que no evangelho São João faz questão de marcar sua iniciativa de anúncio da novidade da Boa Nova com a festa das bodas de Caná. Importante refletirmos “o porquê” São João fez questão de colocar esta festa com tantos detalhes e só em seu evangelho aparece tal festa. Certamente é uma festa acompanhada de um milagre, mas por que Jesus vai fazer um milagre de transformar água em vinho sendo que o pessoal já estava cheio de vinho e a festa já estava em seu final: “Todo mundo serve primeiro o vinho melhor e, quando os convidados já estão embriagados, serve o vinho menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora!”. Sabemos que a Sagrada Escritura é a Palavra de Deus, é uma Carta de Deus, então mais que apresentar um milagre tem o objetivo de trazer uma mensagem do Pai, portanto temos que olhar com os olhos da fé imbuídos do mesmo Espírito que levou João a escrever – o Espírito Santo.
Vejamos é uma festa em que o vinho acaba e a Mãe de Jesus pede-lhe que faça alguma coisa, Jesus questiona, mas diante da atitude de sua Mãe manda encher as talhas de água e traz uma nova alegria aos convidados servindo um vinho inigualável.
Meditemos: A festa é a presença de Jesus no mundo onde o vinho apresentado pela Lei não está satisfazendo o povo e estão sem rumo e os mandantes da lei não estão sabendo o que fazer e o povo estão se servindo de algo que não satisfaz. Neste contexto a humanidade oprimida pelo vinho ruim apresenta uma representante que tem condições de levar ao Senhor da festa um pedido de súplica em favor da humanidade, afinal Ela é santa, sem pecado, e Cheia da Graça. Maria, nossa representante, chega ao Senhor e mostra a condição em que os homens se encontram: “Eles não tem mais vinho”. Na resposta de Jesus – “Minha hora ainda não chegou”. – Quer mostrar que sua ação é realizada a partir da humanidade que clama que seu amor chegue até os homens que pedem uma vida nova. Jesus toma a atitude, mas de não mexer no vinho já existente e nem de pegar novas uvas que também estão contaminadas pelo velho sistema dos Judeus, mas vai usar de algo limpo, puro e sem substância nenhuma, algo totalmente novo, a água que lava e purifica agora é à base de uma nova Lei – o Amor. E desta forma a festa continua, mas totalmente diferente, pois este vinho não embriaga e gera felicidade.
Aqui está resumida toda a missão de Jesus. Que veio trazer algo novo e que a partir de sua missão o mundo seria outro. É o marco de um novo tempo.
E esta novidade continua com a vinda do Espírito Santo que nos cumula de Dons e Carismas nos dando ainda mais “vinho novo” – “Todas estas coisas as realiza um e o mesmo Espírito, que distribui a cada um conforme quer”.
As bodas de Caná continua a se realizar hoje na Igreja, Jesus está sempre transformando água em vinho: Seja em nossa vida de pecado nos libertando, seja nos milagres realizados na Igreja, seja no impulso do Espírito Santo nos chamando à santidade, mas sempre buscando realizar em nós uma festa, nos tornando mais santos para que Ele seja tudo em nós.
Nesta nossa caminhada somos ornamentados com Dons e Carismas para saborearmos as coisas do Céu na intimidade com Deus – o Vinho Novo.
Somente quem bebeu sabe, espero que você saiba. Se não sabe busque, pois quem busca acha…
Antonio ComDeus
1ª Leitura – Is 62,1-5
A noiva é a alegria do noivo.
Leitura do Livro do Profeta Isaías 62,1-5
1Por amor de Sião não me calarei,
por amor de Jerusalém não descansarei,
enquanto não surgir nela, como um luzeiro, a justiça
e não se acender nela, como uma tocha, a salvação.
2As nações verão a tua justiça,
todos os reis verão a tua glória;
serás chamada com um nome novo,
que a boca do Senhor há de designar.
3E serás uma coroa de glória na mão do Senhor,
um diadema real nas mãos de teu Deus.
4Não mais te chamarão Abandonada,
e tua terra não mais será chamada Deserta;
teu nome será Minha Predileta
e tua terra será a Bem-Casada,
pois o Senhor agradou-se de ti
e tua terra será desposada.
5Assim como o jovem desposa a donzela,
assim teus filhos te desposam;
e como a noiva é a alegria do noivo,
assim também tu és a alegria de teu Deus.
Palavra do Senhor.
Salmo – Sl 95,1-2a.2b-3.7-8a.9-10a.c (R. 1a.3b)
R.Cantai ao Senhor Deus um canto novo,
manifestai os seus prodígios entre os povos!
1Cantai ao Senhor Deus um canto novo,
cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira!*
2aCantai e bendizei seu santo nome! R.
2bDia após dia anunciai sua salvação,
3manifestai a sua glória entre as nações,*
e entre os povos do universo seus prodígios! R.
7A família das nações, dai ao Senhor,*
ó nações, dai ao Senhor poder e glória,*
8dai-lhe a glória que é devida ao seu nome!
Oferecei um sacrifício nos seus átrios. R.
9Adorai-o no esplendor da santidade, *
terra inteira, estremecei diante dele!
10Publicai entre as nações: ‘Reina o Senhor!’*
pois os povos ele julga com justiça. R.
2ª Leitura – 1Cor 12,4-11
Estas coisas as realiza um e o mesmo Espírito,
que distribui a cada um conforme seu querer.
Leitura da Primeira carta de São Paulo aos Coríntios 12,4-11
Irmãos:
4Há diversidade de dons, mas um mesmo é o Espírito.
5Há diversidade de ministérios, mas um mesmo é o Senhor.
6Há diferentes atividades, mas um mesmo Deus
que realiza todas as coisas em todos.
7A cada um é dada a manifestação do Espírito
em vista do bem comum.
8A um é dada pelo Espírito a palavra da sabedoria.
A outro, a palavra da ciência segundo o mesmo Espírito.
9A outro, a fé no mesmo Espírito.
A outro, o dom de curas no mesmo Espírito.
10A outro, o poder de fazer milagres.
A outro, profecia. A outro, discernimento de espíritos.
A outro, falar línguas estranhas.
A outro, interpretação de línguas.
11Todas estas coisas as realiza um e o mesmo Espírito,
que distribui a cada um conforme quer.
Palavra do Senhor.
Evangelho – Jo 2,1-11
Jesus realizou este início dos sinais em Caná da Galiléia.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 2,1-11
Naquele tempo:
1Houve um casamento em Caná da Galiléia.
A mãe de Jesus estava presente.
2Também Jesus e seus discípulos
tinham sido convidados para o casamento.
3Como o vinho veio a faltar,
a mãe de Jesus lhe disse:
‘Eles não têm mais vinho’.
4Jesus respondeu-lhe:
‘Mulher, por que dizes isto a mim?
Minha hora ainda não chegou.’
5Sua mãe disse aos que estavam servindo:
‘Fazei o que ele vos disser’.
6Estavam seis talhas de pedra colocadas aí
para a purificação que os judeus costumam fazer.
Em cada uma delas cabiam mais ou menos cem litros.
7Jesus disse aos que estavam servindo:
‘Enchei as talhas de água’.
Encheram-nas até a boca.
8Jesus disse:
‘Agora tirai e levai ao mestre-sala’.
E eles levaram.
9O mestre-sala experimentou a água,
que se tinha transformado em vinho.
Ele não sabia de onde vinha,
mas os que estavam servindo sabiam,
pois eram eles que tinham tirado a água.
10O mestre-sala chamou então o noivo e lhe disse:
‘Todo mundo serve primeiro o vinho melhor
e, quando os convidados já estão embriagados,
serve o vinho menos bom.
Mas tu guardaste o vinho melhor até agora!’
11Este foi o início dos sinais de Jesus.
Ele o realizou em Caná da Galiléia
e manifestou a sua glória,
e seus discípulos creram nele.
Palavra da Salvação